A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) informa que, a partir de hoje, dia 22 de junho, entra em vigor o período do Vazio Sanitário para áreas com cultivo de Soja no Estado de Santa Catarina, e encerra no dia 20 de setembro, conforme determina a Portaria SDA n.º 781, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), de 06 de abril de 2023. O vazio sanitário é o período contínuo, de no mínimo 90 dias, em que, segundo o Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), não pode plantar e nem manter vivas plantas de soja em qualquer fase de desenvolvimento na área determinada. 

Essa medida fitossanitária é uma das mais importantes para o controle da ferrugem asiática da soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, cujos danos vão desde o amarelecimento das folhas até o desfolhamento das plantas, prejudicando severamente o desenvolvimento e enchimento dos grãos, resultando em perdas de produtividade e elevação de custos para o controle da doença. Sem a planta hospedeira para sobreviver e se multiplicar durante o período de vazio sanitário, a presença de esporos do fungo no início da safra seguinte é reduzida, adiando o surgimento dos primeiros focos de ferrugem asiática e, desta forma, a expectativa é que os produtores também possam adiar o início dos tratamentos, reduzindo assim  o número de aplicações com fungicidas para o controle desta praga nos meses posteriores. 

Histórico:

O primeiro registro do agente da ferrugem asiática da soja foi em 1902, no Japão, mas apenas em 1914, o fungo foi descrito pelos pesquisadores Hans e Paul Sydow com o nome atual Phakopsora pachyrhizi Syd. & P. Syd. Está presente em 52 países distribuídos entre a África, Ásia, Europa, Oceania, América do Norte e América do Sul.

Chegou no arquipélago do Hawaii (EUA) em 1994, e somente na safra 2001/2002 foi detectada pela primeira vez no Paraguai e Brasil, causando prejuízo estimado na época de 2 bilhões de dólares para os produtores brasileiros.

Quando presente em um território, a ferrugem asiática da soja se torna um problema recorrente para os produtores. Estima-se que as perdas em grãos até o momento, no Brasil, chegam a 3,8 bilhões de dólares, sem contar aquelas de ocorrência localizadas, assim como o custo de controle que já ultrapassam os 36 bilhões de dólares, conforme a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

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