
Cidasc foi ouvida e apresentou os critérios técnicos que embasaram pedido de reconsideração enviado ao Mapa.
Dentro do Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática, uma das medidas previstas é o calendário de semeadura da soja, elaborado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), para as diferentes regiões do país. As datas propostas para Santa Catarina na safra 2023/2024 geraram preocupação no setor produtivo, que solicitou revisão do calendário.

O tema foi debatido na sessão da Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (30/08), sob a expectativa de que a qualquer momento o ministério anuncie sua decisão sobre um novo cronograma. O gestor do Departamento Estadual de Defesa Sanitária Vegetal da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Alexandre Mees, apresentou aos deputados os aspectos técnicos do controle da ferrugem asiática e as informações usadas para embasar o pedido de alteração junto ao ministério.

Na semana passada, Mees participou de três reuniões sobre o assunto. A primeira delas, com a Coordenação Geral de Proteção de Plantas do Mapa, em que foram discutidos os pontos da legislação que permitem a regionalização e a possibilidade de definição de excepcionalidades por parte dos órgãos estaduais, desde que aprovadas pelo ministério.

A segunda reunião, com a participação da presidente da Cidasc, Celles de Matos, foi realizada de forma virtual com alguns deputados da bancada federal catarinense e com a Secretaria Executiva de Articulação Nacional/SC em Brasília. Eles haviam participado de reunião sobre o tema com o Secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, e trouxeram a sinalização de que o Mapa estaria aguardando a proposta de regionalização de SC.
A terceira reunião, articulada via Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), foi com os departamentos técnicos de 15 cooperativas envolvidas com a cadeia produtiva da soja no estado, para construir uma proposta viável e tecnicamente embasada com auxílio dos departamentos técnicos das cooperativas agrícolas. Em paralelo, a Federação das Cooperativas Agropecuárias de Santa Catarina (Fecoagro), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc) também foram ouvidas. A exposição da palestra a diversas entidades foi importante para os ajustes finais da proposta elaborada pela Cidasc, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e Secretaria de Estado da Agricultura (SAR).

Na reunião desta quarta-feira, o gestor do Departamento Estadual de Defesa Sanitária Vegetal (Dedev) expôs aos deputados estaduais o plano sugerido pelo Mapa. A partir de dados das safras passadas, métodos de plantio utilizados e condições climáticas, foi demonstrada a possibilidade de regionalizar o calendário, para atender à necessidade dos produtores sem comprometer o controle sanitário. Também foi proposto que a Cidasc possa conceder autorizações para plantio em casos excepcionais como pesquisa, ensino, produção de grãos ou caso ocorram situações climáticas inesperadas na vigência do calendário.
A Superintendência Federal da Agricultura (SFA/SC) também participou da sessão da comissão. Elder Campos Guedes, representando o superintendente, informou que a decisão sobre novas datas para Santa Catarina tem sido cobrada diariamente. O presidente da comissão de Agricultura, deputado Altair Silva, também manifestou sua expectativa de que a definição seja anunciada ainda esta semana, atendendo ao anseio dos produtores do Estado.
Ferrugem Asiática
Esta praga é provocada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, podendo provocar perdas de até 90% da lavoura. Dentro do Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática, definido via portaria do Mapa, estão previstas três linhas de ação principais:
- a proibição do plantio de soja sobre soja;
- a definição de períodos de vazio sanitário;
- a definição de um calendário de plantio.
Em conjunto, o que estas medidas buscam é reduzir a ocorrência de ferrugem asiática nas lavouras e reduzir os riscos de desenvolvimento de resistência do fungo aos defensivos agrícolas disponíveis atualmente. Sem a planta hospedeira durante alguns períodos, o fungo encontra mais dificuldade em dar sequência a seu ciclo de vida e o produtor pode iniciar uma nova safra com menor necessidade de uso de fungicidas, o que pode tornar o controle da praga menos oneroso para o agricultor. Alexandre Mees ressalta que estas ações de defesa sanitária também visam evitar que o fungo crie resistência aos insumos agrícolas.
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