Em sete de maio completamos dez anos do reconhecimento do Brasil como área livre da Cydia pomonella, praga que atinge maçãs, peras e marmelos. O trabalho de monitoramento e controle foi liderado em Santa Catarina pela equipe do Departamento de Defesa Vegetal (Dedev) da Cidasc – Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina- engajando o setor produtivo, outros órgãos públicos e a sociedade.
A erradicação da praga beneficiou sobretudo as regiões de São Joaquim e Fraiburgo, que são grandes produtoras de maçãs. Santa Catarina é grande exportadora e responsável por metade da produção brasileira. A certificação sanitária abriu portas para a exportação do produto catarinense.
“A erradicação de uma praga é um feito importante para qualquer país. Mas a vigilância precisa ser continuada. No caso da Cydia pomonella, o risco é permanente, pois praticamente todos os países que produzem maçã, tem esta praga em seus pomares. Isso torna ainda mais valioso nosso status”, diz o gestor do Departamento Estadual de Defesa Vegetal, Alexandre Mees.
Parte da demanda nacional de maçã e pera é suprida com frutas importadas, o que torna necessário manter constante vigilância quanto a sanidade destas cargas. Com o monitoramento, é possível agir rapidamente para conter uma nova introdução da praga.
A Cydia pomonella, também conhecida como traça da maçã, é uma mariposa originária do sudeste da Europa que, na fase de larva, perfura os frutos para se alimentar da polpa, até atingir as sementes. Além de danificar a fruta, a larva abre caminho para a contaminação por outros organismos, trazendo grandes perdas à fruticultura.
Para conseguir controlar a praga, foi essencial o trabalho de educação sanitária e o envolvimento de muitos atores. Os setores público e privado somaram forças para combater a Cydia pomonella, que foi detectada em Santa Catarina em 1993, na área urbana do município de Lages. Nos anos seguintes, foram tomadas medidas para delimitação, contenção e erradicação do foco da praga no Estado, com a captura de milhares de exemplares do inseto, com uso de armadilhas.
O Programa Nacional de Prevenção e Controle da Cydia pomonella (PNPCC), iniciou no ano de 1994, três anos após a primeira detecção da mariposa no Brasil. O controle e a erradicação de ameaças fitossanitárias como esta, traz ganhos do ponto de vista ambiental e econômico, com vistas à saúde única, pois o produtor faz menos uso de agrotóxicos no combate às pragas.
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