Foto: Departamento Regional da Cidasc de Caçador.

O Departamento Regional da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) de Caçador realizou, na sexta-feira, 11 de outubro, a entrega do primeiro, de 26 Selos ARTE, no município de Caçador para uma única empresa. A Laetto, localizada no bairro Reunidas, foi agraciado com os Selos, um reconhecimento que destaca a qualidade e a autenticidade dos produtos artesanais de origem animal, que agora podem ser comercializados em todo o Brasil.

Foto: Departamento Regional da Cidasc de Caçador.

A cerimônia de entrega contou com a presença da presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos, do diretor de Desenvolvimento Institucional da Cidasc, Bernard Borchardt, do gestor do Departamento Regional da Cidasc de Caçador, Luís Felipe Sperry Bratti, da gestora de Divisão Administrativa e Financeira de Caçador, Cristiane Torezan Franke, da coordenadora Regional do Serviço de Inspeção Estadual, Bianca Ximenes de Abreu e do proprietário da empresa Arthur Raiser Maffessoni e seus familiares. Também participaram do evento a médica-veterinária Caroline Sita Graeff, Responsável Técnica (RT), além de outras autoridades locais, que prestigiaram a entrega do selo.

Foto: Departamento Regional da Cidasc de Caçador.

O Selo ARTE é uma iniciativa que visa promover a valorização dos produtos alimentícios artesanais, garantindo que eles atendam aos padrões de qualidade e segurança necessários. Com a conquista deste selo, o Laetto se destaca como pioneiro na região, fortalecendo a tradição e a economia local.

Foto: Departamento Regional da Cidasc de Caçador.

“A entrega do Selo ARTE representa um marco importante para o setor lácteo de Santa Catarina, incentivando outros produtores a buscarem a certificação e, assim, contribuir para o reconhecimento e valorização dos produtos artesanais no mercado”, comenta o gestor regional Luís Felipe.

Foto: Departamento Regional da Cidasc de Caçador.

Laetto recebeu os Selos ARTE para os produtos: Iogurte Integral com Ameixa, Iogurte Integral com Cereja, Iogurte Integral com Cereja, Iogurte Integral com Goiaba, Iogurte Integral com Maracujá, Iogurte Integral com Morango, Iogurte Integral com Pêssego, Iogurte Cremoso Tradicional, Iogurte Integral com Amora, Iogurte Integral com Framboesa, Iogurte Integral com Mirtilo, Iogurte Integral com Nozes, Iogurte Integral Tradicional, Doce de Leite com Amêndoas, Doce de Leite com Avelãs, Doce de Leite com Castanhas de Caju, Doce de Leite com Castanhas do Pará, Doce de Leite com Nozes, Doce de Leite, Doce de Leite com Ameixa para Dietas com Restrição de Lactose, Doce de Leite com Café, Doce de Leite com Cereja, Doce de Leite com Coco, Doce de Leite com Cravo e Canela, Doce de Leite Tradicional, e Sobremesa Láctea. 

Sobre o Selo ARTE
O Selo ARTE é um reconhecimento conferido a produtos de origem animal que são fabricados de forma artesanal e que respeitam as características regionais e culturais. Com o selo, os produtos ganham a possibilidade de serem comercializados em todo o território nacional, ampliando assim o mercado e a visibilidade para as pequenas indústrias artesanais.

A concessão do Selo ARTE é competência dos órgãos estaduais de Agricultura e, em Santa Catarina, esta atividade é coordenada pela Cidasc, por meio do Departamento Estadual de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Deinp). 

Como solicitar o Selo ARTE
Em primeiro lugar, a agroindústria artesanal que deseja obter o Selo ARTE precisa ter registro no Serviço de Inspeção Oficial, que emitirá um relatório de fiscalização comprovando o atendimento às Boas Práticas Agropecuárias e de Fabricação.

Após essa etapa, para realizar a solicitação do Selo, o interessado deve entrar em contato com o órgão estadual de agricultura e protocolar a sua petição, apresentando informações que demonstrem o mérito do produto quanto ao modo artesanal de produção.

Estas informações são apresentadas na forma do Memorial Descritivo do Produto, com exposição dos atributos que o caracterizam como qualificável para receber o Selo ARTE, apontando as particularidades relativas à produção ou aquisição de matérias-primas e aos métodos aplicados no processamento dos ingredientes utilizados na elaboração do produto.

No documento, os aspectos relacionados ao “modo de fazer artesanal” devem ser ressaltados, para qualificar o produto alimentício como artesanal.

Requisitos
Para serem considerados artesanais, no âmbito do Selo ARTE, os produtos alimentícios têm que atender aos sete requisitos estabelecidos pelo Decreto n.º 9.918/19.

As matérias-primas de origem animal devem ser produzidas na propriedade onde a unidade de processamento estiver localizada ou ter origem determinada e os procedimentos de fabricação precisam ser predominantemente manuais e por quem tenha o domínio integral do processo. 

É necessária a adoção de Boas Práticas de Fabricação no processo produtivo e o uso de ingredientes industrializados tem que ser restrito ao mínimo necessário, sendo vedada a utilização de corantes, aromatizantes e outros aditivos considerados cosméticos.

As unidades de produção de matéria-prima e as unidades de origem determinada precisam adotar Boas Práticas Agropecuárias na produção artesanal. O processamento dos ingredientes tem que ser feito, prioritariamente, a partir de receita tradicional e o produto final deve ser individualizado, genuíno e manter a singularidade.

+Selo ARTE
A criação do Selo ARTE se deu pela Lei n.° 13.680, de 14 de junho de 2018 e foi regulamentada pelo Decreto n.º 9918, de 18 de julho de 2019. Essas normativas definiram que produtos artesanais de origem animal, com o Selo ARTE, tem autorização para comercialização em todo o território nacional.

Em julho de 2020, a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (SAR) publicou a Portaria n.º 20/2020 com os procedimentos para a concessão do Selo ARTE no Estado e em agosto, conforme a Portaria n.º 25/2020, constituiu o Comitê Estadual do Selo ARTE. O “Cesarte” é um fórum técnico de natureza consultiva, composto por representantes da SAR, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), da Cidasc e da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), responsável por assessorar, dirimir dúvidas, estabelecer parâmetros e propor os procedimentos adicionais necessários para a concessão do Selo ARTE no Estado de Santa Catarina.A concessão do Selo ARTE é competência dos órgãos estaduais de agricultura. Em Santa Catarina, esta atividade está sendo coordenada pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), por meio do Departamento Estadual de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Deinp). Os produtos catarinenses beneficiados com o Selo ARTE podem ser consultados no site da Cidasc e também na página do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Conheça a história da Laetto, escrita por Arthur Raiser Maffessoni, no dia 06/09/2024:
A concepção da Laetto se deu anteriormente à primeira venda de qualquer produto. Meu pai, Luciano dos Santos Maffessoni, sempre gostou de elaborar receitas únicas e deliciosas. Embora não cozinhasse muito, quando o fazia, era um espetáculo. Lembro-me bem, há 8 anos, de ver uma bacia na geladeira com um produto branco e cremoso em cima de uma fralda de pano (obviamente era nova), a qual, ele usou para dessorar o leite. Perguntamos a ele o que era e nos contou que era um iogurte grego cuja receita ele havia aprendido na Alemanha quando lá estivera. Ao experimentarmos o produto, a opinião foi unânime – que delícia pai!

Na época, meu pai não estava trabalhando. E nem sequer pensávamos em iniciar uma empresa de beneficiamento de leite e derivados. Contudo, um dia na cama, com a família reunida, lembro-me de pedir a ele o seguinte: “Pai, esse produto é ótimo e você é um bom vendedor (meu pai foi o melhor vendedor que tive o prazer de conhecer), por que você não começa a vender isso?”. E assim, se deu início ao negócio.

A “empresa” não tinha nome, clientes ou funcionários. Meu pai ia com uma caixa pequena onde dentro dela levava os iogurtes gregos em potes pequenos para vender para amigos, parentes, vizinhos e conhecidos de Caçador. Ao longo do tempo, o negócio foi tomando forma. Por ser criado em família, para a família e com apreço familiar, decidimos batizá-lo de Laetto – um acrônimo de Luciano, Arthur, Thomas e Odila (meu pai, eu, meu irmão e minha mãe – respectivamente). Coincidentemente, a palavra formada remete a leite em italiano (latte). E os dois “t” no nosso logo, formam um baldinho de leite. Quando vimos que as vendas de porta em porta estavam tomando forma, decidimos recorrer ao Serviço de Inspeção Municipal (SIM) para oficializar o início da LAETTO. 

Há 8 anos, o que hoje é a construção da Laetto, era área de lazer da família. O pequeno espaço contava com churrasqueira, canil, casa de gás e depósito de madeira. Para darmos início à produção, as paredes internas que conectavam esses espaços tiveram que ser quebradas e os espaços reestruturados. Após a pequena e breve reforma, começamos pelas instalações de simples prateleiras de madeiras e caixas de papelão onde eram armazenados os rótulos dos produtos. Nosso estabelecimento contava também com uma bancada de aço inox e panelas para dessorar os iogurtes. 4 anos depois, conforme percebemos que a produção ia aumentando e a variedade de produtos também, decidimos que estava na hora de expandir. Então, a planta da empresa foi reestruturada e o planejamento de salas para a produção específica de alguns produtos foi criado. Nesse momento estávamos entrando para o Serviço de Inspeção Estadual (SIE).

Dessa vez, a estrutura da empresa se tornou mais robusta e hoje conta com seis espaços para organizar estoque de matérias-primas e produtos finalizados; salas de produção separadas de acordo com suas categorias de produtos, além de área de recebimento de matéria-prima e entrada de pessoas. Nessa etapa, já havíamos inserido as sobremesas lácteas e os doces de leite no catálogo de produtos, os quais eram produzidos de forma inteiramente manual (e ainda o são – porém, com alguns ajustes). Conforme as vendas de doces de leite iam aumentando, a demanda da produção seguia junto. Então, se outrora, a forma de mexer os mesmos dentro da panela era com uma colher de pau, teve-se que adaptar um equipamento dentro da panela para realizar esse processo. Além do aumento da capacidade produtiva, livrou-se o produtor da exposição ao calor excessivo e o risco de queimaduras por respingos. É o único processo mais “automatizado” que temos dentro da empresa.

A matéria-prima principal é o leite. Por conta da variação da quantidade e volume de produção, adotamos a compra de leite em caixinha processada em Ultra High Temperature (UHT) da Tirol (origem de Treze Tílias – cidade quase vizinha a Caçador) para fazer os produtos, não sendo justificável o recebimento de leite de beneficiador, cujo volume de produção teria que ser maior e mais constante. Com a qualidade, nossa maior preocupação sempre foi em manter a saudabilidade dos produtos, desde a primeira receita de iogurte feita para consumo próprio. Para adicionarmos sabor aos produtos, contamos com a adição de frutas de produtores locais. Nossos produtos não são produzidos com a adição de aromatizantes, corantes ou outros aditivos considerados cosméticos.

Apenas alguns produtos recebem a mínima quantidade de aditivos (sorbato de potássio) possível liberado no Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade (RTIQ) como o doce de leite e a sobremesa láctea. Especialmente nos iogurtes, as frutas que utilizamos nos sabores vêm em polpa totalmente natural, como se fosse uma geleia, porém, sem adição de açúcar e sem o cozimento.

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Alessandra Carvalho
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