Foto: Ascom/Cidasc.

A Fazenda Experimental da Ressacada, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) recebeu, nesta terça-feira (08/04), a visita de uma equipe técnica da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) para a realização de exames nos animais do rebanho, com objetivo de renovar o certificado de propriedade livre de brucelose e tuberculose bovinas.

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A médica-veterinária Cláudia Marina Hachmann que, em conjunto com o médico-veterinário Fabrício Bernardi, integra a coordenação do Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovinas (PECEBT), participou das atividades ao lado dos médicos-veterinários Fábio de Carvalho Ferreira, coordenador estadual do Programa de Rastreabilidade Bovina e Bubalina e do Programa de Controle da Raiva e Vigilância para Encefalopatias Transmissíveis (EETs) da Cidasc, e Marcelo Serpa, da Unidade Veterinária Local (UVL) da Cidasc de Florianópolis. O grupo realizou as colheitas de sangue destinadas ao diagnóstico de brucelose, bem como a aplicação dos testes para diagnóstico de tuberculose.

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“A certificação de propriedades livres de brucelose e tuberculose contribui diretamente para a proteção da saúde animal, da saúde pública e do meio ambiente. Quando temos rebanhos livres dessas doenças, melhoramos também a qualidade do leite e da carne produzidos, reduzindo riscos para os consumidores e fortalecendo a confiança nos produtos catarinenses. Esse trabalho só é possível graças ao engajamento dos produtores, à atuação dos Médicos-Veterinários Habilitados (MVHs) e à integração entre os setores público e privado, que têm sido fundamentais para o avanço da sanidade animal em Santa Catarina”, afirma a médica-veterinária da Cidasc, Cláudia Marina Hachmann.

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Caso os testes de diagnósticos confirmem a ausência das doenças, a Fazenda Experimental renovará seu certificado mais uma vez, contribuindo para o controle sanitário do rebanho catarinense. Atualmente, Santa Catarina possui 3.530 propriedades certificadas como livres de brucelose e tuberculose e 427 propriedades em certificação, conforme dados de 10 de abril de 2025.

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Com um rigoroso controle sanitário, Santa Catarina mantém os menores índices de prevalência dessas doenças no Brasil, consolidando-se como referência nacional na área de sanidade animal.

Brucelose e tuberculose: impactos, prevenção e benefícios da certificação

Prejuízos para o produtor e riscos para a saúde

A brucelose e a tuberculose bovinas e bubalinas representam ameaças tanto para a saúde animal, quanto para a saúde pública. Nos rebanhos, a brucelose causa abortos, nascimentos prematuros e de terneiros fracos, retenção de placenta, redução de até 25% na produção leiteira, repetição de cio nas fêmeas e orquite (inflamação do testículo) e infertilidade nos machos. Já a tuberculose também pode causar o mesmo impacto na produção de leite, tosse constante e emagrecimento progressivo. Porém, alguns animais infectados podem não apresentar nenhum sintoma.

Além dos danos econômicos, as doenças também podem ser transmitidas para os seres humanos, causando problemas como febre recorrente, suores noturnos, fraqueza, dores musculares e articulares no caso da brucelose, e sintomas respiratórios como tosse persistente, febre, perda de peso e cansaço extremo no caso da tuberculose, além de serem enfermidades de longo e complexo tratamento. A transmissão para os seres humanos pode ocorrer pelo consumo de produtos de origem animal contaminados, como o leite cru e derivados não pasteurizados e carne mal passada.

Além disso, há risco de infecção pelo contato direto com animais doentes ou com materiais contaminados, com restos de parto ou aborto de fêmeas infectadas pela brucelose, especialmente quando não há o uso de equipamentos de proteção individual. No caso da tuberculose, a transmissão também pode ocorrer durante o manejo dos animais infectados, por meio da inalação de aerossóis contaminados. 

Como agir diante da doença?

Caso um foco de brucelose ou tuberculose seja identificado no rebanho, os animais positivos devem ser isolados dos demais imediatamente e afastados da produção leiteira. O saneamento da propriedade é realizado eliminando-se os animais positivos nos testes de diagnósticos para as doenças. Os exames são realizados por médico-veterinário habilitado no PNCEBT, sob supervisão de médico-veterinário da Cidasc, e deve ocorrer dentro dos prazos legais, fator que garante que a indústria não interrompa a captação do leite.

Os produtores rurais e profissionais que atuam no setor devem estar atentos para a aquisição de animais apenas com exames negativos para brucelose e tuberculose e aos sinais de manifestações clínicas das doenças. Ao notar sinais como os citados anteriormente, deverão procurar a Cidasc imediatamente para orientação e controle sanitário, bem como um médico-veterinário habilitado PNCEBT para realizar exames no seu rebanho.

Um diferencial em Santa Catarina é que o Governo do Estado indeniza integralmente os criadores pelo abate sanitário de animais positivos, por meio do Fundo Estadual de Sanidade Animal (Fundesa), fator que auxilia na reposição do plantel com animais sadios, garantindo a continuidade da produção.

Apoio ao produtor e vantagens da certificação

A Cidasc, por meio dos seus profissionais, aliada a participação das agroindústrias, da iniciativa privada, de instituições públicas e do suporte de médicos-veterinários habilitados no Programa Nacional de Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT), incentiva a certificação das propriedades. Os benefícios vão além da segurança sanitária:

  • melhor remuneração pelo litro de leite, por parte dos laticínios que fazem pagamento diferenciado;
  • maior facilidade para comercialização e trânsito de animais;
  • redução de perdas na produção e reprodução;
  • segurança para as pessoas que manejam os animais e consomem os produtos.

Santa Catarina, quarto maior produtor de leite do Brasil, busca erradicar essas doenças para fortalecer sua competitividade nos mercados mais exigentes, inclusive para exportação de produtos lácteos.

Testagem brucelose e tuberculose

Segundo a Portaria da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (SAR) n.º 44/2020, alterada pela Portaria SAR n.º 23/2022, todas as propriedades leiteiras precisam ter amostras de leite colhidas para diagnóstico de brucelose no mínimo uma vez a cada doze meses. No rebanho, para controle da tuberculose, deve-se realizar a cada trinta e seis meses os exames individuais nos animais com idade a partir de 42 dias. 

Como certificar sua propriedade?

Para iniciar a certificação, o produtor deve procurar o escritório da Cidasc no seu município. O processo requer:

  • preenchimento de requerimento e termo de compromisso;
  • verificação do cadastro da propriedade e dos animais (todos os bovinos e bubalinos devem estar brincados, com saldo de animais atualizado e os produtores cadastrados em seus respectivos rebanhos);
  • contratação de médico-veterinário habilitado no Programa Nacional de Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) para realizar os exames dos animais;
  • realização de dois exames consecutivos negativos de todos os bovinos e bubalinos aptos da propriedade, em um intervalo de 6 a 12 meses entre testes. Para brucelose são testadas as fêmeas e os machos inteiros, com idade a partir de 8 meses, e para tuberculose, todos com mais de 42 dias de vida devem ser examinados;
  • a entrada de animais em propriedades em processo de certificação ou já certificadas deve ser controlada, com a realização de dois exames nos animais, conforme previsto na legislação, ou, alternativamente, a entrada de animais será permitida sem a exigência de exames, desde que estes provenham de propriedades certificadas livres de brucelose e tuberculose.

Para manter a certificação das propriedades, é necessário realizar exames anualmente em bovinos e bubalinos. Com a certificação ativa e durante a vigência do certificado, a propriedade fica isenta da exigência de novos testes para o trânsito de animais e participação em eventos agropecuários. Além disso, produtores certificados podem obter melhor remuneração pelo leite, agregando valor ao seu negócio.

Vigilância e evolução do programa

Nos últimos três anos, a quantidade de exames realizados para a detecção das doenças aumentou, enquanto o número de casos positivos para as doenças vem decaindo. O Governo do Estado investe fortemente na busca ativa por bovinos e bubalinos positivos para ambas as doenças, com ações de vigilância ativa, diagnósticos precisos e abates sanitários. Desde 2017, mais de 3 milhões de bovinos foram testados em Santa Catarina, comprovando a eficácia do Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovinas.

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Alessandra Carvalho
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