A Helicoverpa armigera (Hübner) (Lepidoptera: Noctuidae) é uma praga que está sob controle oficial, que até então era denominada de “lagarta do velho mundo”, pois sua distribuição estava restrita a Ásia, Europa, África e Austrália. Entretanto no início de 2013 a praga foi detectada no Brasil, e está presente em praticamente todas as regiões agrícolas do país provocando severas perdas de produção nos mais diversos cultivos.
As características que conferem o status de praga para essa espécies são o elevado grau de polifagia, dispersão, fecundidade e adaptabilidade a diferentes ambientes.
Plantas Hospedeiras: Por ser altamente polífaga a praga, nas regiões de ocorrência, tem sido registrada em pelo menos 60 plantas cultivadas e em 67 plantas silvestres de diferentes famílias principalmente: Asteraceae, Fabaceae, Leguminaceae, Malvaceae, Poaceae e Solanaceae. A preferência por plantas hospedeiras pode ser influenciada por diversos fatores, como características morfológicas, estágios fenológicos e compostos voláteis, além de características genéticas da planta hospedeira.
O impacto decorrente da introdução da H. armigera é extremamente relevante diante do cenário agrícola catarinense, caracterizado pelo cultivo de diversas plantas hospedeiras da praga, dentre elas: Allium cepa (cebola), Citrus sinensis (laranja), Glycine max (soja), Gossypium hirsutum (algodão), Solanum esculentum (tomate), Malus domestica (maçã), Nicotiana sp. (tabaco), Phaseolus vulgaris (feijão), Solanum tuberosum (batata), Triticum aestivum (trigo), Zea mays (milho), além de hortaliças, como, Brassica oleracea var. botrytis (couve-flor), Brassica oleracea var. capitata (repolho), Lactuca sativa (alface), Solanum melongena (berinjela).
Dispersão: A migração da praga é realizada no período noturno, tornando possível o deslocamento a favor do vento em até 300 Km em uma única noite, chegando ao alcance de 1000Km.
Fecundidade: Possui alto potencial reprodutivo, uma fêmea ovoposita de 1000 a 1500 ovos;
Adaptabilidade a diferentes ambientes: Como estratégia adaptativa a variações climáticas pode ocorrer dipausa facultativa, tornando possível que se reproduzam e sobrevivam mesmo em regiões mais frias como é o Estado de Santa Catarina.
Identificação: A Helicoverpa armigera possuem alta plasticidade fenotípica, apresentando no período larval variada coloração relacionada geralmente a planta hospedeira que está presente. A espécie é muito semelhante a Helicoverpa zea, não sendo possível a distinção visual. Para identificar a praga é necessário o encaminhamento de amostras ao laboratório para análise de adultos por meio de características morfológicas da genitália ou mesmo para identificação molecular tanto de adultos quanto de imaturos.
Monitoramento: Para verificar a ocorrência da Helicoverpa armigera é importante que o produtor faça o monitoramento e o acompanhamento de sua lavoura. Recomenda-se a utilização da técnica de pano de batida que consiste em um pano branco de um 1 m2 agitado entre duas linhas de cultivo para que lagartas caiam sobre o pano. É importante também que o produtor faça a vistoria direcionada para estruturas como brotos novos, flores e outras estruturas reprodutivas, pois é onde a lagarta dessa espécie costuma ser encontrada.
Controle: É importante que a aplicação de agrotóxicos seja realizado quando forem observadas um número de lagartas igual ou superior aos níveis de ação para o controle. Não é recomendado o uso preventivo de inseticidas. No link sobre os agrotóxicos cadastrados para o controle da praga em Santa Catarina.
Texto elaborado por: Fabiane dos Santos e Anna Cristina Xavier
Referências Bibliográficas
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