Foi publicado no mês de Maio de 2014 no Jornal da Serra, uma matéria sobre a “Prevenção e Erradicação do Cancro Europeu” escrita peloO Engenheiro Agrônomo da CIDASC Reinhard Krueger.
A matéria segue abaixO:
Foi publicado no mês de Maio de 2014 no Jornal da Serra, uma matéria sobre a “Prevenção e Erradicação do Cancro Europeu” escrita peloO Engenheiro Agrônomo da CIDASC Reinhard Krueger.
A matéria segue abaixO:
Nos dias 8 e 9 de maio, no Laboratório de Entomologia Agrícola da UFSC o Curso para Identificação Morfológica de Espécies do Gênero Helicoverpa.
O curso foi ministrado pela Engenheira Agrônoma da CIDASC e mestranda de Recursos Genéticos Vegetais da UFSC, Fabiane dos Santos sob coordenação dos professores Afonso Orth e César Butignol e auxílio dos estudantes de graduação em agronomia da UFSC Lucas Arantes Frischenbruder e das estagiárias da Gerência de Defesa Vegetal da CIDASC e também estudantes de Agronomia: Natalia Aires de Alencar Franco e Anna Cristina Xavier.
Participaram do curso representantes da EPAGRI, CIDASC e UDESC.
O objetivo foi qualificar pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação para identificação específica dos noctuídeos-praga do gênero Helicoverpa. Para isso, foram realizadas aulas práticas de preparo, montagem e identificação de espécimes com auxílio de microscopia estereoscópica e microscopia biológica.
O anúncio, feito nesta segunda-feira pelo ministro da Agricultura, Neri Geller, representa o início de um novo tempo no setor, já que além do Brasil, apenas o Japão conseguiu exterminar esse perigoso inimigo da fruticultura mundial.
A Cydia Pomonella é uma pequena lagarta conhecida como bicho-da-maçã e que forma galerias na fruta, derrubando-a do pé antes de ficar madura. Originária da Ásia e Europa, castiga plantações de países como a Argentina, Uruguai e Estados Unidos.
No Brasil, foi descoberta em 1991 na Serra Gaúcha, em Bom Jesus e Vacaria e, posteriormente, Caxias do Sul. Em 1993, chegou a Lages, na Serra Catarinense, em frutas da Argentina e do Chile.
O acompanhamento da praga em SC começou em 1997, com armadilhas monitoradas semanalmente. Em 2002, profissionais do Ministério da Agricultura e da Cidasc iniciaram o corte de plantas frutíferas que serviam de hospedeiras no perímetro urbano de Lages.
Com a recusa de alguns moradores em permitir o acesso dos servidores às suas casas, a Justiça Federal chegou a expedir, em 2007, uma liminar obrigando a derrubada das árvores em residências onde os técnicos encontravam resistência. Até a Polícia Federal passou a acompanhar os trabalhos para garantir que nenhuma ameaça permanecesse em pé.
Só nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que respondem juntos por 95% da produção nacional de maçã, atualmente na casa de um milhão de toneladas por ano, foram derrubadas mais de 100 mil plantas hospedeiras, instaladas 10 mil armadilhas e capturados 20 mil exemplares da praga, o último em novembro de 2011, em Lages.
Praga castiga pomares no mundo. Foto: Adalécio Kovaleski, Divulgação
A Convenção Internacional para a Proteção de Vegetais (CIPV) determina que as áreas produtivas podem ser declaradas livres da praga apenas dois anos após a última ocorrência identificada, por isso somente agora o governo brasileiro conseguiu a esperada certificação.
— É uma conquista importante da defesa sanitária vegetal brasileira e representa um ganho de qualidade para a nossa maçã —, disse o ministro Neri Geller ao anunciar a erradicação da Cydia Pomonella em eventos realizados nesta segunda-feira em Vacaria (RS) e São Joaquim.
Restrição à maçã estrangeira aumentará os lucros do produtor brasileiro
A partir de agora, as maçãs de outros países, especialmente Argentina e Chile, que enviam mais de 200 mil toneladas por ano ao Brasil, também precisarão comprovar a erradicação da praga para continuar vendendo suas frutas no mercado brasileiro. A fiscalização será feita nas barreiras sanitárias numa parceria entre o Ministério da Agricultura e os governos estaduais.
— No ano passado o produtor recebeu, em média, R$ 0,75 por quilo. Neste ano, a média vai subir para R$ 1,20 e agora, com as restrições à maçã estrangeira, o preço será ainda maior e poderá chegar a R$ 1,80 quando a oferta diminuir. É um momento histórico e muito importante para nós —, comemora o presidente da Associação dos Produtores de Maçã e Pêra de Santa Catarina (Amap), Salvio Rodrigues Proença.
Maçã de SC é a melhor do mundo. Foto: Jessé Giotti, Agência RBS
A maçã catarinense
* Produtores: 2.718
* Área plantada: 18.209 hectares
* Quantidade colhida em 2014: 530 mil toneladas (53% da produção nacional)
* Maior município produtor: São Joaquim, com 250 mil toneladas (25% da produção nacional)
* Preço médio pago ao produtor: R$ 1,20 por quilo
* Faturamento do setor em SC na atual safra: R$ 636 milhões
Fonte: Associação dos Produtores de Maçã e Pêra de Santa Catarina (Amap)
Domitila
http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/geral/noticia/2014/05/erradicacao-da-praga-da-maca-apos-23-anos-limita-entrada-estrangeira-e-beneficia-produtores-de-sc-e-rs-4492419.html
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), através do Ofício nº 867/2013/CCO, solicitou esclarecimentos à CIDASC sobre as medidas de manejo adotas pelo estado para controle de Helicoverpa armigera.
A preocupação do MPSC está baseada possível liberação do agrotóxico Benzoato de Emamectina para controle da lagarta, como aconteceu em outros estados brasileiros.
Contudo, a CIDASC respondeu através do Ofício nº 0015/GAB, que iniciou o levantamento para detecção da praga em outubro de 2013 e logo após a sua identificação oficial, ampliaram-se os pontos de identificação para entender melhor a dinâmica populacional da H. armigera, ao mesmo passo que criou um Comitê Técnico Estadual para acompanhar a evolução da Praga no Estado e disponibilizou um link online com informações da praga no estado para informar produtores, técnicos e demais interessados.
No mesmo ofício a CIDASC coloca que seu esforço vai no sentido de controlar a praga sem ser necessário declarar estado de emergência fitossanitária.
Texto: Anna Cristina Xavier
No dia 19 de dezembro de 2013 a Procuradoria de Dourados/MS do Ministério Público Federal emitiu a Recomendação nº 19, sobre a liberação e uso do BENZOATO DE EMAMECTINA para o controle de Helicoverpa armigera no estado do Mato Grosso do Sul, considerou com base nos Artigos 225 da Constituição Federal e 3º, inciso I, da Lei Nacional sobre Política do Meio Ambiente (nº 6938/81), que:
A recomendação está respaldada no princípio da solidariedade intergeracional, no qual, se preza os recursos naturais para as atuais e futuras gerações, sendo de competência do Poder público “controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente” (Artigo 225, § 1º, V).
O documento também pautou os princípios da Precaução, Postulado da Prevenção, a Lei de Agrotóxicos (nº 7802/89) e as Instruções Normativas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) relacionadas à Helicoverpa armigera.
Com base nestes atributos jurídicos recomendou-se:
a) A não autorização da importação de agrotóxicos e afins que contenham o ingrediente BENZOATO DE EMAMECTINA nas lavouras do Estado de Mato Grosso do Sul;
b) A não emissão de termo de autorização de aplicação da substância BENZOATO DE EMAMECTINA aos interessados em obter a importação do agrotóxico;
Recomendação nº19/2013 – Texto Integral
Texto: Anna Cristina Xavier
Mais um Estado brasileiro entrou em estado de emergência fitossanitária em razão dos ataques da lagarta Helicoverpa armigera, a mais severa praga recente nos campos de produção do País. O ministro da Agricultura, Antônio Andrade, declarou nesta sexta-feira, 06, situação de emergência em 25 municípios do Piauí. Com isso, mais esse Estado se junta à Bahia, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, que já estão sob emergência fitossanitária por causa da praga. O ministério analisa ainda um pedido feito pelas autoridades do Mato Grosso do Sul para inclusão na região de alerta.
O reconhecimento de estado de emergência pelo Ministério torna possível aos produtores locais adotar medidas emergenciais para o controle da praga, como o uso de agrotóxicos ainda não liberados para as lavouras brasileiras. Por outro lado, obriga a adoção pelos agricultores de manejos especiais contra a praga previstos na portaria 1.109, de 7 de novembro, entre eles o vazio sanitário – período em que lavouras suscetíveis não devem ser cultivadas para quebrar o ciclo de reprodução da lagarta -, a adoção de áreas de refúgio e a destruição de restos culturais.
No Piauí, a área afetada está principalmente no sudoeste do Estado. A lagarta já foi encontrada também nos Estados do Maranhão, Pará, Tocantins, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. As secretarias estaduais dos dois Estados da região sul criaram grupos de trabalho para o levantamento da incidência e medidas próprias de controle. Ainda não há levantamentos sobre os efeitos da praga na safra de verão recém plantada, mas os custos de produção se elevaram, em razão da necessidade de aumentar as pulverizações com defensivos.
Em outubro deste ano, a presidente Dilma Rousseff assinou decreto que autoriza o Ministério da Agricultura a estabelecer ações de controle para enfrentar a praga. Com a decretação de emergência fitossanitária, pode ser realizada a importação temporária de agrotóxicos de uso ainda não autorizado no país, como os produtos à base de benzoato de emamectina, desde que tenham eficiência comprovada e não impliquem em riscos à saúde e ao meio ambiente.
Fonte: Jornal A Tarde – 7 de dezembro de 2013
Parte dos produtores está deixando para trás as boas práticas de combate ao percevejo, um inseto que ataca as vagens da soja.
Referência mundial na década de 1980 por boas práticas no combate ao percevejo e redução no número de aplicações de inseticidas, o país volta a elevar o número de pulverizações.
Nos anos 1980, o produtor se destacou ao utilizar o chamado “Manejo Integrado de Pragas”, quando reduziu as aplicações de inseticidas de cinco para duas vezes. Agora, as aplicações chegam a até sete por safra.
Os dados fazem parte de estudo feito pela Embrapa Soja em áreas de produtores da cooperativa Coamo. O estudo, feito em lavouras de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, mostra um descontrole nas aplicações de inseticidas no campo.
O resultado traz preocupações tanto econômicas como ambientais. A empresa constatou que os produtores que ainda se utilizam de boas práticas para o controle das pragas necessitam de apenas duas aplicações por safra.
O estudo constatou ainda que é comum a aplicação preventiva de inseticida. “Essas aplicações não resultam em benefícios para a produtividade ou qualidade dos grãos, além de não reduzir a intensidade do ataque da praga na fase crítica da soja”, diz Samuel Roggia, pesquisador da Embrapa e um dos responsáveis pela pesquisa.
Daniel Ricardo Sosa-Gomez, da Embrapa Soja, diz que a aplicação de inseticidas antes do período crítico do ataque dos percevejos elimina os inimigos naturais da praga, favorece o desenvolvimento de insetos resistentes, além de elevar custos.
Esse manejo inadequado por parte do produtor no combate às pragas permite, ainda, o aparecimento de outras espécies que antes eram consideradas secundárias, como lagartas e ácaros.
Roggia diz que a pesquisa apontou que o monitoramento das lavouras dever ser o subsídio básico para o controle da praga. “Há a necessidade do uso de amostragens para o momento correto das aplicações”, diz ele.
Para a pesquisadora Clara Beatriz Hoffmann Campo, da Embrapa Soja, apesar desse certo descontrole no combate à praga, há informações disponíveis para o produtor reverter esse quadro.